Com foco em ampliar os espaços de discussão, em fortalecer as ações de enfrentamento ao racismo, em reafirmar a resistência dos povos e comunidades tradicionais e em combater a desigualdade étnica e racial, a Prefeitura uniu esforços a representantes do Conselho Municipal de Desenvolvimento da Comunidade Negra e Afrodescendente e inaugurou a sala que deve funcionar como espaço de debate, planejamento, discussões, compartilhamento e desenvolvimento de ações.
Localizada no prédio da Casa da Cidadania, a sala do Conselho Municipal de Desenvolvimento da Comunidade Negra e Afrodescendente foi reformada, equipada e conta agora com instalações adequadas para a realização das atividades do Conselho. A inauguração, cuja solenidade foi conduzida por representantes e membros do órgão, junto à Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), é um marco histórico para a reparação social no município.
Segundo o secretário de Assistência Social, Alfredo Menezes, responsável pela iniciativa, a inauguração da sala representa não apenas o reconhecimento de que é preciso ampliar a luta e as vozes no combate à desigualdade étnica, racial e à intolerância religiosa, mas também fortalecer os espaços de discussão.
“Temos um conjunto de políticas em curso e fico feliz neste momento tão importante para Alagoinhas. Desde o início do governo Joaquim, quando assumimos a secretaria, fizemos de tudo para fortalecer os conselhos e hoje estamos dando mais um passo à frente. Sem o controle social, não há administração. É preciso reconhecer o papel fundamental e a atuação desses conselhos. A inauguração dessa sala não faz parte de uma ação isolada, pelo contrário; e, paralelamente, iniciamos, em novembro, o mapeamento dos terreiros no município, mais um marco histórico”, afirmou Alfredo Menezes.
A coordenadora do Conselho de Reparação Social, Ednajara Santos de Lima, chamou a atenção para as desigualdades ainda abissais no Brasil e salientou que é preciso enxergar a história solapada através das lentes do racismo, sustentadas por mais de 3 séculos de escravidão. “A gente vem na luta para que o nosso povo, o povo negro, tenha espaço para que a gente sente, se reúna, discuta. A gente sofre racismo todos os dias. O racismo nos mata, nos cala, e um espaço para falar sobre isso é muito importante, então a gente precisa ter o entendimento de que discutir o racismo é importante para a nossa população. Essa sala é fruto de uma luta desse Conselho. A gente vem há tempos solicitando que o Conselho tenha um espaço que a gente possa discutir, possa falar sobre aquilo que é das nossas lutas. Não é algo fácil, porque nada é fácil para o povo preto, é fruto sempre de muita luta, mas a gente avalia que é muito importante ter parceiros como a SEMAS. A gente agradece, Alfredo, porque todas as nossas lutas, brigas e o nosso bater na mesa não são fáceis, mas você sempre nos atende, ouve as nossas falas, e isso é importante”, pontuou Ednajara Lima.
A sala que dispõe de computador, mesas e instrumentos de trabalho também poderá ser utilizada, segundo o Conselho, para discussões dos movimentos sociais.
A inauguração da sala acontece como parte da programação prevista para o mês de novembro pela SEMAS, em parceria com a Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo (SECET) e a Comissão de Terreiros do Estado da Bahia. Este ano, o tema do Novembro Negro, em Alagoinhas – “Da escravidão aos dias atuais: uma história de resistência e luta” –, norteia uma agenda com palestras, encontros e apresentações. Confira a programação completa através do link: https://www.alagoinhas.ba.gov.br/index.php/inauguracao-e-multiplas-atividades-celebram-o-novembro-negro-em-alagoinhas/.
Confira as fotos:
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