GERAL

Médicos, ex-deputado e Palocci socorreram colegas em cadeia da Lava Jato, diz livro


Na cadeia, o ex-deputado pelo PP, Pedro Corrêa, voltou a exercer a medicina, o que não fazia desde que saiu da faculdade. Antonio Palocci, ex-ministro em governos do PT e que também é médico, fez o mesmo após ser preso, condenado a 9 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Os dois medicavam colegas e socorriam os que passavam mal.
Segundo publicação da Folha de S.Paulo, os casos dos atendimentos dos dois médicos condenados na Lava Jato estão no livro “A Elite na Cadeia – O dia a dia dos presos da Lava Jato”, escrito pelo jornalista Wálter Nunes, repórter da Folha.
A obra chega às livrarias no próximo dia 22, e retrata o cotidiano na prisão dos principais alvos da maior operação de combate à corrupção do país. Ao todo são 278 páginas que contam episódios envolvendo também o ex-presidente Lula, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o ex-governador Beto Richa e vários outros personagens célebres presos pela Polícia Federal.
As histórias se passam nas duas prisões do Paraná que abrigam presos da Lava Jato. Além da sexta galeria do Complexo Médico Penal, em Pinhais, também é palco de histórias do livro a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde ficam delatores da operação, e a cela especial onde o ex-presidente Lula cumpriu pena de abril de 2018 até a última sexta (8).
Tanto Corrêa quanto Palocci ficaram períodos nesses dois lugares. Em ambos, fizeram da cela uma pequena farmácia com remédios para atender os colegas. Recebiam demandas corriqueiras. Palocci deu um colírio para aliviar uma ardência no olho de Eduardo Cunha e receitou um remédio que faria nascer cabelo em Renato Duque, ex-diretor da Petrobras. No caso de Duque, não funcionou.
Ainda de acordo com a Folha, Pedro Corrêa e Palocci tiveram que lidar com uma intoxicação medicamentosa grave de Branislav Kontic, que assessorou o ex-ministro da Fazenda e foi para a cadeia com ele. Bani, como era conhecido pelos petistas, tentou se matar tomando uma cartela de ansiolíticos. Foi socorrido por Corrêa.
Quando os socorristas da ambulância chegaram para levar Brani para o hospital, foram recebidos pelo ex-deputado, que orientou sobre o que havia acontecido e entregou a eles a cartela de comprimidos vazia. Ajudou em muito o trabalho dos médicos.
Fato é que o próprio Pedro Corrêa também saiu da prisão por causa de uma indicação médica. No início de 2017, ele passou a sofrer com dores que descrevia como alucinantes, causadas por uma hérnia de disco que comprimia o canal raquimedular.
O ex-deputado já quase não andava mais. Em março, saiu da cadeia para fazer uma cirurgia que imobilizou os discos L4 e L5 da sua coluna.
De lá, não voltou mais para a prisão no Paraná. Uma decisão permitiu que ele fosse para o Recife, cumprir o resto da pena em casa. Já Palocci saiu em 2018, mas por ter fechado um acordo de uma delação premiada. Também já está em casa, de tornozeleira eletrônica.

About Redação

0 comments:

Postar um comentário

Tecnologia do Blogger.