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Bolsonaro fala em negociações avançadas para diesel mais barato da Rússia



O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (17) que as negociações com a Rússia para fornecimento de diesel ao Brasil por um preço "mais barato" estão bastante avançadas, em uma tentativa de o governo afastar o risco de desabastecimento e conter a alta nos preços dos combustíveis. 

"Agora, estamos bastante avançados na questão do fornecimento de diesel para o Brasil. O preço mais barato. Quantos por cento? Não sei. Quanto mais barato, melhor", afirmou Bolsonaro, sem dar mais detalhes sobre o acordo. 

 

A declaração foi dada a jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. Na última semana, Bolsonaro havia dito que o Brasil pode começar a receber diesel da Rússia em até 60 dias

Em junho, a Petrobras alertou que o abastecimento nacional de diesel requer "atenção especial". Os riscos decorrem, segundo a empresa, de aumento sazonal da demanda mundial no segundo semestre, menor disponibilidade de exportações russas por sanções econômicas e eventuais indisponibilidades de refinarias nos Estados Unidos e Caribe com a temporada de furacões. 

Na última terça-feira (12), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o ministro Adolfo Sachsida (Minas e Energia) afirmou que o Brasil tem 50 dias de estoque de diesel sem importação. Ele também ponderou que a dificuldade de refino do petróleo no mundo tem gerado aumento dos preços do combustível. 

O mercado brasileiro de combustíveis vem sendo impactado pela instabilidade do preço internacional do petróleo em decorrência da Guerra da Ucrânia. Os reajustes do diesel promovidos em maio levaram a trocas no comando do MME (Ministério de Minas e Energia) e da própria estatal. 

Bolsonaro falou sobre a chegada de Caio Paes de Andrade, ex-secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital no Ministério da Economia, ao posto. "Trocamos o presidente da Petrobras, e ele pretende obviamente trocar o conselho e algumas diretorias. Colocar algumas pessoas mais alinhadas com ele", comentou. 

Neste domingo, Bolsonaro sugeriu que o PPI (Preço de Paridade Internacional), que alinha os preços de combustíveis praticados pela Petrobras no mercado interno aos valores internacionais, não requer a realização de ajustes de maneira obrigatória e criticou os lucros "excessivos" da empresa. 

O governo aposta na redução nos preços dos combustíveis para frear a inflação e ganhar popularidade a menos de três meses das eleições. Os temas são vistos como principais obstáculos à campanha de reeleição de Bolsonaro. 

O atual presidente está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio do Lula da Silva (PT). De acordo com o último Datafolha, Lula soma 19 pontos de vantagem, com 47% das intenções de voto contra 28% de Bolsonaro. 

Após a sanção do projeto de lei que estabelece teto de 17% a 18% na cobrança da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis, energia, transporte e telecomunicações, Bolsonaro disse que vai começar a visitar postos a partir desta segunda-feira (18) para verificar se houve redução dos preços. 

"Se postos repassarem (diminuição do ICMS), teremos um dos combustíveis mais baratos do mundo. No mínimo, a gasolina tem que baixar R$ 0,79 (por litro). Demos um prazo (para redução nos preços) e pretendo visitar postos a partir de amanhã", disse. 

O governo editou um decreto para obrigar os postos a exibir de forma clara e ostensiva os preços dos combustíveis praticados em estabelecimentos em 22 de junho, véspera da sanção da nova lei, em comparação com os valores atuais. 

"O objetivo final é oferecer ao cidadão comum um instrumento de transparência que o permita identificar, de maneira fácil, rápida e prática, os postos que estão comercializando combustíveis com menores preços e, portanto, decidir onde abastecer o seu veículo", diz o decreto. 

Em reação, partidos da oposição ingressaram, na última semana, com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para derrubar a norma. As siglas sustentam que a medida está sendo usada por Bolsonaro com fins eleitorais. 

Neste domingo, Bolsonaro também voltou a atacar governadores da região Nordeste. Em junho, governadores de 11 estados. 

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