Emendas parlamentares do senador Weverton Rocha (PDT-MA) bancaram obras pagas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) e realizadas por duas empresas investigadas pela Polícia Federal na operação Odoacro.
Levantamento feito pela Folha com base em convênios firmados pela estatal comandada pelo centrão em cidades do Maranhão mostra como ao menos R$ 34,4 milhões destinados pelo senador foram parar nos cofres da Construservice Empreendimentos e da Pentágono Comércio e Engenharia.
As duas são apontadas pela PF como de propriedade do empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, embora ele não apareça formalmente no quadro societário. O empresário é o pivô do suposto esquema de desvios de verba de emendas parlamentares investigado pela Odoacro.
As obras conquistadas pelas empresas no Maranhão e pagas com dinheiro de emendas parlamentares já colocaram ao menos dois políticos no centro da investigação da PF: o ministro das Comunicações de Lula (PT), Juscelino Filho (União Brasil-MA), e Josimar Maranhaozinho (PL-MA). Ambos direcionaram verba para obras executadas pela Construservice.
Até o momento, não se tinha notícia sobre a relação do senador Weverton Rocha com as empresas investigadas por desvios na Codevasf. A única informação era que ele possui uma casa no mesmo condomínio de luxo em que Eduardo DP mora e foi preso em 2022, em Barreirinhas (MA).
Em nota, o senador disse que não tem vínculo com as empresas e que é absurdo insinuar que exista relação econômica entre ele e Eduardo DP por compartilharem o mesmo condomínio. "Lamento que estejam tentando forçar uma relação inexistente numa situação em que sequer sou citado na investigação. Não sou licitante, nem dono de empresa", afirmou o senador. "E é tão sem nexo que chega a ser absurdo o fato de a reportagem insinuar que há relações econômicas com Eduardo DP por ele ter uma casa no mesmo condomínio em que eu tenho casa", disse na nota.
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