POLÍTICA

Virou a casaca: Depois de defender fim do TCM, Marcelo Nilo busca uma vaga na Corte

Em 2015, Nilo defendia que Tribunal de Contas do Município fosse incorporado Tribunal de Contas do Estado (TCE), sob a alegação de economizar recursos públicos

Tudo bem, que atire a primeira pedra quem nunca mudou de ideia. Mas, para não faltar com a delicadeza, algumas mudanças beiram a cara de pau. O ex-deputado estadual Marcelo Nilo, por exemplo, em 2015, enquanto ocupava o cargo de presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deu início a uma campanha incisiva que visava acabar com o Tribunal de Contas do Município (TCM-BA).

Agora, foi só não conseguir uma cadeira como parlamentar na Câmara dos Deputados em 2022, que mudou de ideia. Fala abertamente que pretende disputar uma vaga no TCM. A intenção de Nilo é substituir o conselheiro Fernando Vita, que está prestes a se aposentar, em 22 de dezembro, ao completar 75 anos. O ex-deputado tem inclusive tentado o convencer de se aposentar mais cedo para facilitar seus planos. Quando propôs acabar com o TCM, Nilo alegava que poucos estados tinham um tribunal de contas do município. Além da Bahia, apenas o Ceará, Goiás e Pará têm o órgão. Para ele, esse era motivo suficiente para acabar com a corte que tem a função de fiscalizar a gestão dos recursos públicos das prefeituras do estado. Ele dizia que queria “economizar”, mas os bastidores da época veiculavam outra motivação. A tentativa de acabar com o TCM poderia ser vista como uma “retaliação” pelo tribunal ter rejeitado as contas da prefeita de Valença, Jucélia Souza do Nascimento - que fazia parte do grupo de Nilo - referentes ao ano de 2014.

Caso a manobra proposta por Nilo vingasse, o TCM seria incorporado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Para que isso pudesse acontecer, a AL-BA teria que aprovar, com votos de 2/3 da Casa, ou seja, 42 deputados, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Uma comissão chegou a ser montada para analisar a possibilidade. Entre os deputados que fizeram parte da manobra de análise, estavam Alan Sanches (PSD), Ivana Bastos (PSD), Leur Lomanto Jr. (PMDB), Tom Araújo (DEM) , Nelson Leal (PSL) e Paulo Rangel (PT).

Houve toda uma mobilização. Os membros da comissão chegaram até a viajar para Minas Gerais, estado onde o TCM foi extinto. No fim das contas, nada deu certo e a comissão foi encerrada poucos meses após aberta. Hoje, ao que parece, para o parlamentar, a necessidade de economizar gastos do Estado já não é mais tão urgente. Não apenas quer a continuidade do Tribunal, como quer fazer parte dos custos dele.


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