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Alta dos ovos de Páscoa faz público procurar outras opções; saiba mais



 Os ovos de Páscoa estão cada vez mais caros e a alta do produto tem motivo claro.  A elevação no preço do cacau projetou aumento no valor do chocolate e, principalmente, nos itens temáticos do feriado.

 

Um estudo realizado pela Horus, empresa de inteligência de mercado, identificou aumento no preço médio por quilo de chocolate em fevereiro de 2024, em analogia com o mesmo período de 2023: de 11% em barras de chocolate; 10,7% em chocolates e bombons; e 1,8% em ovos de Páscoa.

Em entrevista para o BNews, o economista, consultor de negócios e professor da Wyden, João Luiz de Souza Lima esclareceu pontos importantes sobre o aumento e deu dicas para contornar o aumento dos preços do ovo de Páscoa com criatividade, mantendo, assim, a tradição.

“As famílias podem decidir substituir os ovos de Páscoa por tabletes de chocolate que são mais baratos ou mesmo por ovos verdadeiros, porém, adornados com efeitos ou pinturas próprias da Páscoa. Uma barra de chocolate de 500 gramas custa infinitamente menos que um ovo de Páscoa de 500 gramas. A primeira pode custar até menos de R$ 10,00, enquanto o Ovo pode passar de R$ 50,00”, orienta o especialista econômico.

Segundo ele, essas altas ocorrem, principalmente, porque o processo de fabricação do ovo de Páscoa é complexo e o espaço destinado ao seu armazenamento deve ser amplo e climatizado. Tudo isso contribui para que os preços sejam elevados. Além disso, “o processo de obtenção dos insumos para fabricação também é complexo, ou seja, vai desde a plantação e coleta do cacau até os demais itens componentes do processo produtivo”.

Uma outra questão, esclarece Lima, envolve o aumento dos preços dos alimentos praticados no Brasil. Há uma inflação, hoje, junto aos alimentos e à própria cesta básica do brasileiro. Recentemente, o Governo Federal, por intermédio da Presidência da República e dos ministros das áreas econômicas, realizaram uma reunião específica em Brasília, visando a adoção de medidas para o controle da alta dos preços dos alimentos.

“Há uma tendência, segundo os órgãos de defesa do consumidor, que os custos dos ovos de Páscoa atinjam um patamar de cerca de 26% mais caros em relação ao ano de 2023. O PROCON de São Paulo já detectou que os pesos dos ovos de alguns fabricantes não condizem com o que se apresenta na embalagem. Portanto, é necessário que as famílias façam a chamada ‘Pesquisa de Preço’ para poder comparar os produtos e escolher a melhor oferta”, diz o economista.

Para Lima, a única medida capaz de fazer com que as famílias sejam bem-sucedidas na compra de ovos de Páscoa, neste ano, está diretamente ligada à pesquisa de preços e produtos. “Portanto, trata-se da única forma de podermos comprar com coerência e segurança”.

O público já está atento há bastante tempo realizando pesquisas de preços e adquirindo produtos mais baratos, alternativos. O pedagogo baiano Carlos Veiga, por exemplo, comprou caixas de bombons em lugar dos tradicionais ovos de Páscoa.

“Este ano, não gastei dinheiro com os ovos grandes e médios que sempre comprava nessa data. Impossível, inadmissível dar mais de R$ 60 em um ovo de chocolate médio e mais de R$ 130 em um grande. Gastei R$ 12 pela unidade da caixa de bombons para presentear as crianças e idosos da família. Todos saem ganhando, até porque, a qualidade e o tamanho dos ovos reduziram e os preços aumentaram”, pontua Veiga.

Ele se refere à prática chamada de ‘reduflação’, cada vez mais presente no mercado e observada pelos consumidores, como a aposentada Anita Cavalcanti. “Os comerciantes, se depender de mim, vão ficar sem vender ovos, porque isso é um absurdo. Ovos cada vez menos saborosos, por preços esdrúxulos e sem a qualidade de antigamente. Não compro e quem conheço está falando e fazendo o mesmo. Deixo para comprar após a Páscoa porque, aí, são obrigados a reduzir os valores para diminuir os prejuízos nas vendas. Ninguém mais tem dinheiro pra isso!”, diz a soteropolitana revoltada.

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