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'Trégua entre PCC e CV pode frear mortes, mas não há ordem expressa', diz secretário de Políticas Penais


Wilson Dias / Agência Brasil Redação Bnews por Redação Bnews

 O secretário de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública, André de Albuquerque Garcia, afirmou que uma possível trégua entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) pode ter impacto na redução das mortes violentas no país, mas ressaltou que não há nenhuma ordem expressa de organização para um acordo entre as facções. A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo.

“Pode ser, em determinados contextos, sim. Mas o contexto local é muito forte. Ele determina muita coisa na dinâmica dos números”, disse o secretário ao ser questionado sobre a influência de uma eventual trégua na violência.
A notícia sobre uma suposta aliança entre PCC e CV para buscar melhores condições no sistema prisional federal circulou recentemente por meio de salves — mensagens enviadas dentro das facções. No entanto, Garcia minimizou a existência de um pacto consolidado.
“Quando pinta a informação, começam a ter prints, salves falsos, as pessoas também surfam muito nessa onda. Existe a tentativa, é isso que eu estou falando, mas isso é muito complexo de acontecer na prática, porque existe uma rivalidade histórica”, explicou.
Tentativas de acordo e movimentação jurídica

O secretário também destacou que tentativas de acordo sempre existiram, especialmente no âmbito jurídico, já que advogados transitam entre as facções representando presos dos dois lados. Segundo ele, é comum que organizações questionem na Justiça o rigor do sistema penitenciário federal.
"Há, reiteradas vezes, ataques judiciais nesse sentido, questionando o rigor do sistema penitenciário federal. É legítimo de quem está fazendo, quem está lá submetido ao regime", afirmou.
Quando perguntado se havia alguma ordem expressa para um pacto entre as facções, Garcia negou ter conhecimento. “O que eu estou dizendo é exatamente isso: não vi essa ordem expressa de organização, de reunião de cúpulas, enfim, que se orientasse nesse caminho. Pode existir? Não estou dizendo que não exista, estou dizendo que não vi, não temos essa informação.”
O secretário reforçou que o trabalho da sua pasta é fornecer informações para que as forças de segurança atuem de forma preventiva. “Teve um indício, teve uma conversa nesse sentido, mas entre a conversa nesse sentido e a situação se transformar em realidade é uma distância muito grande”, pontuou.
Mudanças no sistema prisional
Garcia também comentou sobre a separação de presos por facções dentro dos presídios. Ele afirmou que, no longo prazo, a prática deve ser revista, mas que isso não acontecerá de imediato.

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