Foto: Reprodução | SBT | VarelaneT
Em meio a um ato de resistência, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) passou a noite de quinta-feira (10), no chão do plenário do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, após a aprovação de seu processo de cassação. O parlamentar está em greve de fome desde a votação e afirma que seguirá com o protesto até o encerramento do trâmite.
Pelas redes sociais, Braga compartilhou sua indignação com o desfecho do julgamento e criticou o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem atribui a articulação política por trás da medida.
"Estou há 30 horas e 30 minutos, fazendo somente a ingestão de líquidos. Estou no mesmo plenário que votou a minha cassação no dia de ontem. Essa tática radical é fruto de uma decisão política: não serei derrotado por Arthur Lira e pelo orçamento secreto. Vou às últimas consequências", declarou o deputado em vídeo publicado online.
Durante a madrugada da quarta-feira anterior, o parlamentar precisou ser avaliado por médicos e, em seguida, foi acompanhado por um agente da segurança legislativa ao deixar o plenário. Mesmo com o estado físico debilitado, Glauber reiterou que não aceitará a cassação passivamente e afirmou que recorrerá por todos os meios possíveis, tanto nas esferas legislativa quanto judicial.
O caso ainda poderá ter novos desdobramentos. Caso o recurso apresentado por Braga seja acolhido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o processo poderá ser arquivado. No entanto, se a CCJ decidir pela continuidade, o pedido será levado à votação no plenário da Câmara.
Para que a cassação seja confirmada em definitivo, são necessários pelo menos 257 votos favoráveis entre os parlamentares.
O Conselho de Ética aprovou, na quarta-feira (9), o parecer que recomenda a perda de mandato do deputado Glauber Braga, acusado de agredir fisicamente um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) com chutes e empurrões em abril do ano passado. O relatório, elaborado pelo deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), recebeu 13 votos favoráveis e cinco contrários.
A conduta do parlamentar foi classificada como quebra de decoro, motivo pelo qual o colegiado recomendou sua cassação. Apesar da decisão, o destino de Braga agora depende da votação em plenário, onde os demais deputados terão a palavra final sobre a manutenção ou não do mandato.
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